terça-feira, 11 de agosto de 2009

Aldous

Estou lendo um livro que se chama As Portas da Percepção, do Aldous Huxley, e me deparei com isso:

"A arte, creio eu, interessa apenas a principiantes, ou então a essas obstinadas mediocridades que decidem satisfazer-se com a contrafração da Peculiaridade, com símbolos em lugar daquilo que estes significam, com o cardápio elegantemente apresentado em vez da própria refeição."

Tá, a moral da história é que esse livro foi quando o Aldous, numa auto-experiência, tomou mescalina para ver quais eram as consequências da expansão de consciência. Ele disse que a primeira coisa foi não existir mais significado nas coisas, ele por exemplo viu uma cadeira, e parou de pensar nela como um móvel, onde senta-se e tudo o mais. Era só um objeto com uma forma, ocupando um lugar no espaço. Ele disse que começava aí, um processo de tudo se tornar parte da mesma coisa, como um tecido continuo, e não diferenciar eu, daquilo ou daquele outro.
Achei legal esse lance que ele falou da arte. É prova da nossa imperfeição. Que não somos o todo, então temos que exprimir, botar pra fora, mesmo que imparcialmente e sob a sua ótica distorcida.
Se fossemos completos, todos entenderíamos tudo, sem precisar explicar, nem exprimir. Estaria ao alcance de todos.

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